A neuroplasticidade em dor crónica

A dor é um fenómeno multidimensional desagradável com uma componente neuronal ou fisiológica, que é consequência de doenças ou distúrbios de estruturas regionais por disfunção do sistema nervoso.

Autor: Sérgio Miguel Pereira Santos

Resumo 

A dor é um fenómeno multidimensional desagradável com uma componente neuronal ou fisiológica, que é consequência de doenças ou distúrbios de estruturas regionais por disfunção do sistema nervoso. Decorre da ativação dos nocicetores e quando resulta de uma disfunção do SNC ou SNP, é designada por dor neuropática, nos casos de lesão do SNC, por dor central.

Enquanto a dor aguda é um sintoma fisiológico que deve ser compreendida como um sinal de alerta para proteção do organismo. Por sua vez, a dor crónica (superior a 3 meses) deverá ser considerada uma doença ou disfunção.

Os estímulos nóxicos ativam vários níveis corticais, particularmente a área somatossensitiva primária, por ser o centro de percepção da dor. Outras das regiões que pode ser ativada pelo estímulo nóxico é a região do córtex cingulado, que perante uma lesão, poderá conduzir à dor crónica.

A neuroplasticidade é a capacidade que o SN tem para se reorganizar, perante estímulos continuados. A dor crónica resulta de neuroplasticidade mal adaptativa deste como consequência da sua lesão ou disfunção. O desequilíbrio patológico causado pelas alterações neuroplásticas contribui para o desenvolvimento da dor neuropática, induzindo potenciação sináptica e ativação das vias facilitadoras da dor.

A reorganização cortical é a base do potencial de recuperação das funções neurológicas, uma vez que a integração motora pode promover neurogénese, sinaptogénese, angiogénese, modulação pré e pós sináptica, e todos estes mecanismos podem contribuir para resultados positivos na recuperação.

Littlejohn considerou como doenças constitucionais, todas aquelas que afectam os sistemas do corpo, nomeadamente a coordenação da atividade funcional dos diferentes órgãos, tecidos e estruturas do organismo, como por exemplo a desordem estrutural e as disfunções degenerativas do SN.

Sendo o ajuste osteopático um processo de integração e integridade mecano-fisiológica com o intuito de manter ou estabelecer o equilíbrio na relação entre o SNC e o SNP, mantendo o equilíbrio entre a nutrição e a eliminação. Permite a remoção da obstrução e a coordenação das forças da vida permitindo restaurar a normalidade, e é feito com base na expressão do SN de cada organismo, sendo por isso de esperar resultados análogos uma biodiversidade que a espécie humana representa.

Veja o artigo completo aqui.

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Diplomado em Osteopatia
Diploma de Universidade de Anatomia aplicado ao exame clínico e à imagem
Antigo encarregado do curso de Ostéopatia no Collège d'Enseignement Traditionnel de Ostéopathie Harold Magoun
Antigo responsável pelo departamento Viscéral do Instituto Supérieur d’Ostéopathie Paris. ISOP
Orador Internacional
Autor do livro: « Traité Pratique d’Ostéopathie Viscérale » aux éditions Frison-Roche
Autor do livro: «Cahier d’Ostéopathie pelvi-périnéale» prefácio do professor François Desgranchamps chef de serviço de urologia, hôpital St Louis, Paris. Aux éditions Frison-Roche.
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