Introdução
Certamente, a terapia manual existe desde a antiguidade (Mahanam-Sthavíra, 1998) intimamente ligada, de forma constante e interdependente, ao toque terapêutico. É plausível que tenha evoluído biologicamente desde o contato físico, nomeadamente dos patamares da catação social em primatas/humanos ainda numa fase da pré-linguagem (Dunbar R. , 2002). A longa ligação relativa ao aleitamento é um fator crucial em todo o processo de contato continuado. (Dunbar R. , 2010)
Atualmente, com um significado interpessoal e social, mais complexo, a noção de Toque Terapêutico aparece ligado a várias profissões de saúde humana, com a finalidade de tratar uma condição, quer um estado geral (stress) ou condição específica (dor músculo-esquelética), embora atribuam definições bastante diferenciadas.
Nas Terapias Manuais como a Osteopatia, a Fisioterapia, a Quiropraxia e outras como a Massagem, o toque terapêutico refere-se ao toque em concreto pela mão do operador no corpo do utente, definindo-se assim como terapia manual/manipulativa.
A enfermagem recorre ao Toque Terapêutico, marca registada no Canadá (Andrewes, 2003), referenciando-se ao campo energético do indivíduo, recorre ao Reiki (Lee, MS 2008), que se designa por Toque Terapêutico Sem Toque (TTST). Estas práticas têm origem no ritual religioso de “imposição de mãos” (Moreno, 2009), e baseiam-se em princípios vitalísticos (Williams, 2003).
Para se entender os fundamentos do Toque Terapêutico no contexto da Terapia Manual, expõe-se uma contextualização, em que se aborda a sua evolução histórica, o estudo das suas bases fisiológicas e efeitos funcionais.
Neste sentido, entendemos ser fundamental explorar a fundamentação cognitiva do modus-operandis, quer por parte do utente quer do terapeuta, na forma como o Toque Osteopático é executado, o seu sentido e como opera, para melhor compreendermos a fundamentação de “Toque” pela Osteopatia Clássica.